“Assim que o resultado foi divulgado, um turbilhão de memórias veio à mente. Após 24 anos dentro da universidade, atuando como aluna de graduação, médica residente, médica contratada e aluna de pós-graduação, foi emocionante ter a oportunidade de atingir uma nova etapa na carreira acadêmica”, conta a Dra. Lígia Traldi Macedo, médica oncologista e pesquisadora associada do CEPID CancerThera, que assumirá uma posição como professora de Oncologia Clínica no Departamento de Radiologia e Oncologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O resultado, divulgado na última etapa do concurso, realizada em 26 de setembro, reconhece sua sólida trajetória de pesquisa e sua importante contribuição no campo da Oncologia. “Toda trajetória acadêmica é marcada por desafios, momentos de sucesso e fracasso, e a minha não foi diferente até agora. Sou eternamente grata aos colegas de trabalho, familiares e professores que me apoiaram e me permitiram alcançar este momento”, ela destaca.
A Dra. Carmen Silvia Passos Lima (à esquerda), médica hematologista e oncologista, pesquisadora principal no CancerThera e uma das mentoras de Macedo ao longo de sua trajetória na Unicamp, parabenizou a nova professora com entusiasmo, desejando “que ela tenha muito sucesso em sua carreira”. A relação de respeito e parceria entre ambas reflete o espírito colaborativo da universidade, uma instituição que se destaca na formação de líderes científicos em oncologia.
Uma trajetória em prol do impacto positivo
Com uma carreira notável em pesquisa oncológica, Macedo atua em estudos voltados para a identificação de fatores prognósticos em pacientes tratados com terapias convencionais, assim como está à frente de pesquisas que investigam as respostas e toxicidades de quimioterápicos.
Entre os estudos, um destaque é o da avaliação do uso do Antígeno de Membrana Prostática Específica (PSMA em inglês) em Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET-CT em inglês) para tumores de cabeça e pescoço, notadamente os carcinomas de células escamosas. Esse estudo em particular busca verificar se o PSMA é captado por tais células, podendo ser adaptado para uso como um agente teranóstico.
Ela também tem se dedicado à identificação de anormalidades genéticas em diferentes tipos de câncer, estudando a predisposição genética a neoplasias e suas manifestações clínicas. Seu trabalho visa não só o diagnóstico precoce, mas também o desenvolvimento de estratégias preventivas e terapias personalizadas.
Enumerando suas expectativas para o futuro, Macedo afirma: “O câncer constitui, hoje, a segunda causa de morte no mundo, e sua relevância na formação médica, assim como em atividades de extensão e pesquisa, é inegável. Espero contribuir significativamente ao incorporar mais força de trabalho ao corpo docente da especialidade. Adicionalmente, pretendo ampliar minha atuação no campo da pesquisa translacional e clínica, na tentativa de colaborar com avanços que possam impactar positivamente o tratamento oncológico”.
Texto: Romulo Santana Osthues | Fotos: Carmen Silvia Passos Lima