Nos dias 4 e 5 de abril, o Cyan Centro de Convenções, em Itupeva (SP), sediou o 18º Simpósio Edwaldo Camargo e o 2º Congresso CancerThera, reunindo mais de 370 participantes entre pesquisadores, profissionais da Saúde, docentes e estudantes do Brasil e do exterior. Com uma programação robusta, os eventos simultâneos reafirmaram suas posições de destaque nos setores de Medicina Nuclear, Oncologia, Radiofarmácia, entre outras áreas correlatas.
110 palestrantes e moderadores se distribuíram entre mesas-redondas, sessões multidisciplinares e de apresentações de trabalhos sobre temas como radiofármacos teranósticos, uso de PSMA-177Lu, imunoterapia, radiofrequência, inovações em diagnóstico por imagem e avanços no tratamento de tumores gastrointestinais, câncer de cólon e reto, mieloma múltiplo, tumores de cabeça e pescoço e tumores neuroendócrinos gastroenteropancreáticos.
O comitê de organização foi formado pelos médicos nucleares Dr. Allan de Oliveira Santos, Dra. Elba Etchebehere, Dra. Mariana da Cunha Lopes de Lima e Dr. Celso Dario Ramos, atuantes no Serviço de Medicina Nuclear do Hospital de Clínicas da Unicamp e pesquisadores do CancerThera.
Para a Dra. Elba Etchebehere, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), professora da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM/Unicamp) e pesquisadora principal no CEPID CancerThera, “a união de profissionais de diversificadas origens fortalece nosso compromisso com a excelência e o cuidado com os pacientes”. Ela, que é coordenadora do comitê de organização dos eventos, comemorou a adesão recorde: “Ver tantos profissionais empenhados em transformar a prática clínica com base em inovações em pesquisa é, sem dúvida, motivo de grande satisfação e inspiração para todos nós”.
Etchebehere acrescenta: “Gostaria de expressar minha profunda gratidão ao Prof. Dr. Allan de Oliveira Santos, cuja dedicação incansável foi essencial para tamanho sucesso do 18º Simpósio Edwaldo Camargo e do 2º Congresso CancerThera. Ele esteve presente em cada etapa da organização, com atenção aos detalhes e persistente comprometimento com a qualidade científica. Sua contribuição foi decisiva para que o evento alcançasse o nível de excelência que vivenciamos nos dois dias.”
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Relevância e qualidade científicas
Foram apresentados 58 trabalhos científicos nas modalidades oral e pôster, com contribuições de pesquisadores de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado, além da expressiva presença de profissionais e docentes de centros de excelência de todas as regiões do País e convidados internacionais da Bélgica, do Uruguai, e da África do Sul. A variedade de instituições representadas – universidades, centros de pesquisa, clínicas e hospitais – deu o tom do compromisso coletivo com a formação, a atualização e a inovação. Os resumos dos trabalhos científicos apresentados serão publicados em um suplemento especial da revista Hematology, Transfusion and Cell Therapy em breve.
O Dr. Celso Dario Ramos, médico nuclear, professor da FCM/Unicamp e pesquisador principal no CancerThera, destaca como pontos altos as discussões na área clínica sobre inovações diagnósticas e terapêuticas com novos radiofármacos, peptídeos e radioisótopos, assim como as novidades em equipamentos para a realização de imagens de Medicina Nuclear. Ele ainda ressalta “as sessões de temas livres para apresentações orais e pôsteres, com salas cheias, acima da expectativa, o que se deveu à alta qualidade da produção científica apresentada”.
“É uma enorme satisfação ver uma representação de mais de 370 participantes, com uma participação extraordinária de professores de todo o Brasil e de fora do País”, salienta o Dr. Carmino A. de Souza, onco-hematologista, professor da FCM/Unicamp e pesquisador responsável pelo CancerThera, celebrando o êxito do evento. “Foi muito prazeroso ver a qualidade científica de tudo o que foi apresentado e o compromisso que universidades, institutos, clínicas e colegas da área da Medicina Nuclear demonstraram com esse encontro”, diz.
Já o Dr. Paulo Almeida Filho, médico nuclear, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco e vice-presidente da SBMN, que participa dos eventos desde suas primeiras edições, afirmou que o Simpósio Edwaldo Camargo e o Congresso CancerThera são, atualmente, dois dos mais importantes do País, trazendo convidados de altíssimo nível com palestras relevantes. “É sempre uma oportunidade de rever amigos e também de relembrar o grande Dr. Edwaldo Camargo, talvez o maior impulsionador da Medicina Nuclear do Brasil de todos os tempos”.
Os eventos foram uma realização conjunta entre o Grupo MND – Medicina Nuclear, Diagnóstico e Terapia, o Instituto de Ensino e Pesquisa Professor Edwaldo Camargo, a Unicamp e o CancerThera, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e a Agência Internacional de Energia Atômica, assim como de entidades parceiras como Associação Nacional de Medicina do Trabalho, Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Conselho Federal de Medicina, Sociedade Brasileira de Biociências Nucleares, Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica, Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, Sociedade Brasileira de Radioterapia e Sociedade Paulista de Radiologia e Diagnóstico por Imagem.
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Sobre o Professor Edwaldo Camargo e o CancerThera
O nome do simpósio é uma homenagem ao Professor Edwaldo Eduardo Camargo, médico e pesquisador pioneiro na Medicina Nuclear brasileira, que deixou um legado de inovação científica e promoção da educação. Sua carreira se destacou por achados e desenvolvimentos científicos significativos, como um método radiométrico para detecção da hanseníase, avanços em cintilografia renal e contribuições à Cardiologia Nuclear. Ele também foi um dos responsáveis pela realização da primeira transmissão de imagens diagnósticas entre diferentes cidades, sendo vanguarda na medicina do País.
Camargo teve papel fundamental na formação de especialistas e no estabelecimento de padrões internacionais de excelência em sua área, inspirando várias gerações, como a de muitos pesquisadores que hoje fazem parte do Centro de Inovação Teranóstica em Câncer (CancerThera). A instituição, em atividade desde maio de 2023, é financiada, majoritariamente, como um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
O CancerThera busca se tornar uma referência internacional no estudo translacional do modelo Teranóstico no câncer com foco na criação de fármacos e radiofármacos. São instituições associadas na operação do CancerThera o Centro de Hematologia e Hemoterapia da Universidade Estadual de Campinas (Hemocentro/Unicamp), a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) e o Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo (IQSC/USP).
Texto e fotos: Romulo Santana Osthues | Colaboração:
Bruno Henrique, Fabio L. N. Marques, Leo Kim e Natália Tobar.
