Skip links

Pesquisadores do CEPID CancerThera participam do Congresso da ALASBIMN 2025 e celebram conquista do Brasil como sede do evento em 2028

A cidade de Benito Juárez, no México, foi o cenário para o 30º Congresso da Associação Latino-Americana de Sociedades de Biologia e Medicina Nuclear (ALASBIMN), realizado entre os dias 13 e 16 de março de 2025. O evento reuniu especialistas de diversos países para discutir os avanços da Medicina Nuclear e da Imagem Molecular, consolidando-se como um dos mais importantes fóruns científicos dessas áreas na América Latina.

Pesquisadores do CEPID CancerThera tiveram uma participação expressiva no congresso, com apresentações de trabalhos científicos e contribuições em painéis e debates estratégicos. Além disso, o evento foi marcado por uma importante conquista para a Medicina Nuclear brasileira: a escolha do Brasil como sede do Congresso ALASBIMN 2028, que será realizado no Rio de Janeiro.

Brasil sediará o Congresso ALASBIMN 2028

A proposta brasileira foi apresentada pela Dra. Elba Etchebehere, médica nuclear, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) e pesquisadora principal no CancerThera, em conjunto com o vice-presidente da entidade, Dr. Paulo Almeida Filho, médico nuclear e professor da Universidade Federal de Pernambuco. A candidatura recebeu apoio unânime dos oito países-membros da ALASBIMN, destacando a importância do Brasil no cenário latino-americano da Medicina Nuclear.

A expectativa é de que a edição brasileira do congresso atraia um número recorde de participantes, consolidando o País como referência na especialidade e promovendo ainda mais a internacionalização da pesquisa nacional. “A promoção do Brasil como sede de congressos internacionais é uma prioridade da nova Diretoria Executiva da SBMN para o biênio 2025-2026. Fortalecer a visibilidade do país e sua inserção global na Medicina Nuclear é essencial para ampliarmos a troca de conhecimento e consolidarmos parcerias estratégicas”, destaca Etchebehere, que se tornou a presidente eleita da ALASBIMN durante assembleia no evento, assumindo a posição ao término da 31ª edição do congresso, que será realizado em Cartagena das Índias, Colômbia, em 2026.

“A realização do congresso da ALASBIMN no Brasil potencializará essa conexão e, sem dúvida, beneficiará o CancerThera, permitindo que nossos pesquisadores apresentem os avanços de suas investigações no cenário internacional”, acrescenta a pesquisadora.

No centro da fotografia, Elba Etchebehere apresentando a candidatura do Brasil como sede do Congresso ALASBIMN 2028.

Apresentações científicas e balanço da edição de 2025

Além da conquista da sede do congresso em 2028, o evento no México foi uma plataforma essencial para a difusão de pesquisas realizadas por cientistas brasileiros. Etchebehere representou o grupo de pesquisa clínica do CancerThera, que submeteu trabalhos com importantes resultados de seus estudos ao evento.

Entre os trabalhos apresentados como pôsteres, estão os seguintes títulos: (1) “Comparison between 18F-PSMA and 18F-FDG radiotracers for PET/CT in evaluating patients with Metastatic Melanoma”; (2) “Applicability of PSMA PET/CT in the Evaluation of Adenoid Cystic Carcinoma”; (3) “Comparison of a sarcoma patient’s images with FDG PET/CT and PSMA PET/CT”; (4) “PSMA PET/CT for detecting brain metastasis in esophageal cancer: a case report”; e (5) “18F-Fluoride PET/CT vs 18F-PSMA-1007 to detect bone metastases in prostate cancer – a head-to-head prospective comparison”.

Luciana Malavolta Quaglio apresenta trabalho sobre síntese e radiomarcação de potenciais teranósticos.

Outra investigação de nosso centro marcou presença no ALASBIMN 2025, desta vez conduzida pelo grupo do braço pré-clínico. Intitulado “Peptides exhibiting affinity towards receptor overexpressed in neoplasms: potential theranostic radiopharmaceuticals?”, o trabalho foi apresentado pela Dra. Luciana Malavolta Quaglio, química especialista em Radioquímica, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e pesquisadora principal no CancerThera.

A pesquisa de Malavolta e seu grupo foca na síntese e na radiomarcação de compostos peptídicos direcionados a receptores EGF (Fator de Crescimento Epidérmico) e integrina, frequentemente superexpressos em diversos tipos de tumores. O estudo envolve a síntese de peptídeos em fase sólida, modificados com dois espaçadores diferentes e o agente quelante DOTA, o que permitiu, nesse estudo, a inserção do radionuclídeo ítrio-86. Esse processo possibilita uma entrega mais direcionada e específica do radionuclídeo ao câncer que expressa esses receptores, tornando-se um potencial alvo terapêutico para aplicações em Medicina Nuclear.

Malavolta reafirmou a relevância do evento para a troca de conhecimento e a inovação na área, assim como a interação entre os participantes e a criação de novas oportunidades de colaboração científica. “Foi superprodutivo. A conquista do Brasil como sede do evento em 2028 foi um ponto alto, de muita importância para nós. Destaco, ainda, a diversidade de palestras, especialmente sobre o uso da Inteligência Artificial e a educação continuada na Medicina Nuclear”, ela diz.

Químico especialista em Radiofarmácia, o Dr. Fábio Luiz Navarro Marques, por sua vez, participou de uma conferência no módulo de investigação pré-clínica e translacional, apresentando a palestra “Radiolabeling of nanoparticles, from planning to practice”. Durante sua participação, ele ressaltou a necessidade de se padronizar os processos de produção e regulamentação de radiofármacos na América Latina. “A principal demanda foi a necessidade de haver uma harmonização de protocolos ou requisitos para a produção e o registro dos radiofármacos nos vários países latino-americanos”, comenta. 

Ele, ainda, salienta a importância da colaboração científica entre os países da região. “As sessões mostraram as principais pesquisas realizadas no desenvolvimento de radiofármacos e moléculas marcadas, principalmente em países como Uruguai, Chile, Argentina, Brasil e México, que lideram as iniciativas na área”, acrescenta Marques, que é pesquisador no Centro de Medicina Nuclear do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e pesquisador associado ao CancerThera.

Fabio L. N. Marques durante apresentação oral no ALASBIMN 2025.

TextoRomulo Santana Osthues com informações da SBMN Fotos: Acervo pessoal

Este website utiliza cookies para aprimorar a experiência
Veja nossa Política de Privacidade para saber mais.
CancerThera
Arraste!