Em carta publicada no Journal of Nuclear Medicine, no dia 22 de maio de 2025, o Dr. Celso Dario Ramos, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas e pesquisador principal no CEPID CancerThera, propõe uma mudança fundamental na forma como a Medicina Nuclear é definida. Segundo ele, a atual e mais corriqueira descrição da especialidade – “uso de substâncias radioativas em medicina” – é imprecisa e limita o entendimento do real escopo da área.
Com o título “Redefining Nuclear Medicine: ‘biodistribution’ should be the core concept” (DOI: https://doi.org/10.2967/jnumed.125.270245), o texto foi publicado na seção “Cartas ao Editor” deste que é o mais importante periódico científico da área. No texto, o pesquisador argumenta que a essência da Medicina Nuclear não está no uso do material radioativo em si, mas na capacidade de observar como moléculas, células ou substâncias se distribuem no organismo vivo. “Os radioisótopos são apenas ferramentas usadas para enxergá-las”, afirma Ramos.
A carta publicada reforça a vocação da Medicina Nuclear como campo integrador entre diagnóstico e terapia, capaz de fornecer informações funcionais únicas sobre o organismo humano. Ao defender uma redefinição conceitual, Ramos contribui para o avanço da comunicação científica e para o fortalecimento do papel estratégico da especialidade no contexto da medicina personalizada.
A proposta central do artigo é substituir a definição técnica da especialidade por um conceito mais abrangente e preciso: biodistribuição. Para o autor, esse termo reflete melhor a natureza investigativa da Medicina Nuclear e facilita a compreensão da área por profissionais de outras especialidades e por leigos. “Quem trabalha com a especialidade sabe como é difícil explicá-la para o público em geral”, destaca.
Você pode ler o artigo na íntegra neste link.
Texto: Romulo Santana Osthues
