No dia 18 de julho de 2025, o Dr. Celso Dario Ramos foi aprovado no concurso público para professor titular da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM/Unicamp), no Departamento de Radiologia e Oncologia. A banca examinadora declarou o resultado em sessão pública, consolidando sua promoção à posição máxima da carreira de um docente acadêmico, após sua trajetória na instituição desde 1992 – inicialmente, como médico assistente; depois, professor doutor (2004) e professor associado (2019).
Ele, que é médico nuclear, pesquisador principal e vice-diretor do CEPID CancerThera, construiu sólida carreira na sua especialidade, desenvolvendo ampla atuação clínica, assistencial e científica. Seu doutorado, conduzido na própria FCM/Unicamp, foi orientado pelo Dr. Edwaldo Eduardo Camargo, o único médico nuclear que fora professor titular até então na instituição, antes da aprovação de Ramos.
Ao longo dos anos, o pesquisador vem se destacando como líder em estudos com radiofármacos, PET/CT e novas terapias oncológicas, além de seu compromisso institucional, tendo já assumindo cargos como diretor do Serviço de Medicina Nuclear do Hospital de Clínicas da Unicamp e coordenador do Laboratório de Imagens Pré‑Clínicas do CEPID OCRC, onde liderou a implantação de equipamento PET/SPECT/CT para pesquisas translacionais em Oncologia, Neurologia e metabolismo. Foi diretor científico, presidente e diretor de ética e defesa profissional da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear.
É, atualmente, responsável por pesquisas clínicas no CancerThera, envolvendo o desenvolvimento de radiofármacos para uso no modelo Teranóstico – uma abordagem em Medicina Nuclear que envolve diagnóstico e tratamento em um mesmo procedimento. É, também, coordenador dos Programas de Residência Médica em Medicina Nuclear e de Residência Multiprofissional em Física Médica da Unicamp.
Foram membros da banca do concurso:
Prof. Dr. Carlos Alberto Buchpiguel – Professor Titular de Medicina Nuclear da Faculdade de Medicina na Universidade de São Paulo (FMUSP);
Prof. Dr. Carlos Sérgio Chiattone – Professor Titular de Clínica Médica na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo;
Prof. Dr. Cláudio Saddy Rodrigues Coy – Professor Titular de Coloproctologia na FCM/Unicamp;
Profa. Dra. Maria Luiza Moretti – Professora Titular de Infectologia na FCM/Unicamp;
Prof. Dr. Vanderson Geraldo Rocha – Professor Titular de Hematologia na FMUSP.



Perspectivas e metas
Ramos ressalta momentos que considera transformadores em sua trajetória: “o próprio curso na Faculdade de Medicina. Depois, a escolha da especialidade, a Medicina Nuclear, que é quase como se fosse uma outra profissão. Sem dúvida, também destaco minha vinda para Campinas, o casamento e a formação da minha família. Por fim, a vinda do professor Edwaldo Camargo para a Unicamp e as colaborações com o professor Carmino de Souza, com quem partilho a liderança do CEPID CancerThera como vice-diretor”.
Agora como professor titular, iniciando uma nova etapa focada em inovação, integração acadêmica e expansão da atuação da Medicina Nuclear no ensino, pesquisa e assistência oncológica no Brasil, Ramos pretende dar continuidade e fortalecer os projetos já existentes, com foco especial no CancerThera, visando, entre outros objetivos, a desenvolver uma infraestrutura de Radioquímica e Radiobiologia na Unicamp. Será construído um laboratório associado a um centro de Oncologia, com apoio da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (Amazul) e do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), promovendo inovações como a produção de radioisótopos e a perspectiva de protonterapia para tratamento oncológico na região de Campinas.
Ele, ainda, enfatiza a necessidade de integração interdisciplinar dentro da Unicamp, reunindo múltiplas áreas: “é importante trabalhar para ampliar a integração entre as diversas áreas da universidade que trabalham com energia nuclear, como Física, Química, Medicina, Biologia etc.. Acredito que um ponto de união relevante entre elas pode ser a área nuclear”.

Texto: Romulo Santana Osthues | Fotos: Acervo pessoal, Maria Elvira Correa e Diego Samuel Rodrigues