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Passado, presente e futuro da teranóstica na Medicina Nuclear são abordados em palestra de Ulrich Abram, da Freie Universität Berlin, no CancerThera

Quando perguntado por uma ouvinte que participava de sua palestra sobre qual seria o futuro da teranóstica na medicina nuclear, o Prof. Dr. Ulrich Abram, pesquisador do Instituto de Química e Bioquímica da Freie Universität Berlin, afirmou: “A resposta simples: o futuro será brilhante. E a segunda parte da frase: quando trabalharmos duro o suficiente”. 

Essa resposta de Abram dá o tom dos desafios que a abordagem teranóstica na Medicina Nuclear impõe aos pesquisadores que vêm investindo anos e anos de trabalho em busca das melhores técnicas de composição entre o diagnóstico e o tratamento de doenças. Para ele, os desafios não são novos, assim como a própria abordagem teranóstica não é. 

Intitulada Abordagens teranósticas com isótopos radioativos – O futuro da Medicina Nuclear?, a palestra de Ulrich Abram ocorreu no dia 24 de novembro, no anfiteatro da Pós-Graduação da Faculdade de Medicina da Unicamp, sendo uma promoção do Programa de Pós-Graduação em Oncologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e do CEPID CancerThera.

Assista à palestra completa de Ulrich Abram no vídeo abaixo:

Teranóstica ontem e hoje

Em sua fala, o pesquisador traçou uma linha do tempo tanto dos desenvolvimentos quanto das aplicações de diferentes compostos químicos e bioquímicos para fins terapêuticos e sua combinação com as modalidades diagnósticas por imagem, descrevendo vantagens e desvantagens delas. Ele também explicou conceitos e técnicas essenciais para o desenvolvimento das abordagens teranósticas como as conhecemos atualmente (“pares combinados”, “bioconjugação”, “radiotraçadores”, entre outros termos).

Ressaltou que a aplicação terapêutica dos isótopos radioativos de iodo, por exemplo, já estava em discussão pela comunidade acadêmica já na década de 1930, com as versões disponíveis na época: I-125, I-130 e I-138. E anos mais tarde, com o desenvolvimento tecnológico e a cooperação entre médicos, físicos e químicos, o I-131 foi possível, sendo usado regularmente na medicina nuclear hoje em dia.

“A princípio, é algo que os médicos fazem há séculos: diagnóstico e terapia, e usando ambos juntos. Isso não é extremamente novo”, disse o pesquisador. “O que pode ser novo é o monitoramento em tempo real, significando de fato ajudar a fazer uma medicina personalizada, sem superdosagens de medicamentos ao paciente”, completou.

Também foram dados exemplos das investigações e resultados mais recentes de Ulrich Abram e seus colaboradores, assim como de outros grupos de pesquisadores. Apesar dos altos custos de financiamento, Abram ressaltou que os métodos de produção de isótopos radioativos melhoraram, possibilitando, assim, que novas abordagens teranósticas tenham mais espaço de desenvolvimento e aplicação. 

Para o pesquisador, é o momento de “pensar alto” e propor novidades a partir de diferentes combinações de modalidades de diagnóstico e terapia já disponíveis (tomografia computadorizada, elastografia, radioterapia, quimioterapia etc.), considerando as soluções atualizadas; inclusive, olhando para o que não funcionava no passado e que pode funcionar agora dado o avanço tecnológico no presente. Em termos de tempo científico investido, isso representaria uma economia de cerca de 10 anos de pesquisa, ele avalia. 

O exemplo do CancerThera

Embora tenha dedicado mais de 40 anos de trabalho à pesquisa na área da Química, Abram também passou pela experiência da Pesquisa Clínica, cooperando com outros especialistas. Físicos, bioquímicos, biólogos e químicos devem sempre trabalhar juntos, segundo ele, para que aprendam a se comunicar: “Usamos as mesmas palavras, mas queremos dizer coisas completamente diferentes com elas. Então, precisamos de uma espécie de tradução dos termos usados nas clínicas e nos laboratórios químicos para chegar a uma comunicação realmente frutífera, que funcione”. 

Nesse sentido, o pesquisador citou o CEPID CancerThera como um modelo de colaboração estreita entre os diferentes braços da pesquisa, que, no caso de nosso centro, se dividem em Pesquisas Básica, Pré-Clínica e Clínica. “É preciso colaboração na análise e na solução dos problemas, pois somente juntos é que as soluções podem ser encontradas para aquilo que um dos braços define como sendo um problema”, recomendou.

Visitas e encontros

Antes da palestra, Ulrich Abram visitou as instalações da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp acompanhado dos diretores da instituição, os professores doutores Erich Vinicius de Paula e Cláudio Coy, e de pesquisadores do CEPID CancerThera.

Da esquerda para a direita, os professores doutores: Erich Vinicius de Paula, Elba Etchebehere, Pedro Corbi, Celso Dario, Victor Deflon, Cláudio Coy, Ulrich Abram, Carmino Souza, Carmen Lima, Ernesto Schulz Lang e Pedro Ivo Maia.

Abaixo, uma galeria de imagens com momentos da palestra:

Créditos das fotos: Camila Delmondes/FCM/Unicamp; Maria Carolina Mendes/CancerThera.

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